ATENÇÃO PSICÓLOGOS E PSICÓLOGAS SOBRE AS DELIBERAÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL DE PSICOLOGIA VIGENTES
No último Congresso Nacional de
Psicologia (CNP), realizado em Brasília, de 30 de maio a 02 de junho de 2013, o
tema foi “Psicologia, Ética e Cidadania: práticas profissionais a serviço da
garantia de direitos”.
Abaixo reproduzimos trechos do
documento final do Congresso que tratam de deliberações relacionadas a temática “drogas”.
Sugerimos que professores dos cursos de Psicologia discutam o documento que contem diversos assuntos com os estudantes que serão os profissionais a ingressarem na rede de saúde, para que atuem em conformidade com as políticas de saúde libertárias, impedindo a discriminação de usuários do sistema de saúde. A íntegra do documento pode ser lida em: Caderno de Deliberações
Sugerimos que professores dos cursos de Psicologia discutam o documento que contem diversos assuntos com os estudantes que serão os profissionais a ingressarem na rede de saúde, para que atuem em conformidade com as políticas de saúde libertárias, impedindo a discriminação de usuários do sistema de saúde. A íntegra do documento pode ser lida em: Caderno de Deliberações
1) Em relação a Rede
de Atenção Psicossocial
“O Sistema Conselhos reafirmará
os princípios da reforma psiquiátrica, antimanicomial,
das redes de atenção psicossocial e da estratégia
da redução de danos, fazendo gestão no Poder Público para efetiva
implantação da rede substitutiva orientando a (o) psicóloga (o) para que, no enfrentamento
das questões de álcool e outras drogas, paute suas intervenções pela Lei nº
10.216/2001.” (p. 38). (Grifos nossos).
2) Em relação as políticas
de saúde sobre álcool e outras drogas
‑ “Ampliar a atuação nas frentes
nacionais e estaduais sobre Drogas e Direitos Humanos, investindo esforços na construção de uma política coerente com os
princípios do SUS (com ênfase na prevenção), da reforma psiquiátrica e da redução de danos; contribuindo para a superação da lógica do proibicionismo e da
guerra às drogas.
‑ “Repudiar o financiamento público e a implantação de comunidades terapêuticas em todo o território nacional”.
(p. 43). (Grifos nossos).
‑ “Com base nos princípios de redução de danos, da humanização e da
atenção integral à saúde, o Sistema Conselhos defenderá incondicionalmente a reforma psiquiátrica antimanicomial,
fomentando a implementação e o fortalecimento das redes de atenção
psicossocial, alertando a sociedade para o avanço das práticas violadoras dos direitos.”
(p. 43). (Grifos nossos).
‑ “Divulgar amplamente o
posicionamento do Sistema Conselhos, o
qual se opõe ao atual movimento de internação compulsória e comunidades
terapêuticas, em favor do cuidado integral psicossocial e humanizado que
preconiza a implementação da rede de atenção
psicossocial (álcool e outras drogas, a exemplo de consultórios de rua e outras
estratégias de redução de danos).” (p. 43). (Grifos nossos).
‑ “Que o Sistema Conselhos de
Psicologia continue realizando ações pela defesa e implementação de uma
política de álcool e outras drogas que respeite os Direitos Humanos, [...] criando
espaços de diálogos que possibilitem a ruptura
com o preconceito, com a exclusão e com as práticas de internação forçada (involuntárias,
compulsórias e demais formas contrárias à vontade do sujeito) e favoreçam a
elaboração de práticas norteadas pelo respeito à cidadania.” (p. 43) (Grifos
nossos).
‑ “Ampliação da atuação e
mobilização do Sistema Conselhos perante a política nacional de drogas, devido às inúmeras violações dos Direitos Humanos
que estão sendo realizadas sob a justificativa da segurança e da saúde pública”.
(p. 43) (Grifos nossos).
3) Em relação ao “ao
desastroso Projeto de Lei 7663/10, conhecido como “PL Osmar Terra”
‑ “Com este projeto de Lei, o
Estado brasileiro aumentará a criminalização de pessoas em situação de pobreza
e vulnerabilidade social, ampliará processos de estigmatização em escolas e
instituições de ensino, com a criação de um Disque Denúncia nacional e de um
cadastro nacional de usuários a partir das instituições de ensino, retrocedendo
na discussão da emancipação civil e das possibilidades de intervenção de
cuidado a partir da realidade das pessoas.
Outro desastre da proposição é o estímulo à internação compulsória e financiamento
público de comunidades terapêuticas, pois entendemos que o cuidado a essas
pessoas deve ser realizado segundo os princípios da saúde coletiva e da reforma
psiquiátrica antimanicomial, considerando os contextos sociais, econômicos,
históricos e políticos das pessoas em questão, na busca de se avançar na
implementação da rede substitutiva integrada às políticas de seguridade social
e às Redes de Atenção em Saúde, um desafio recorrente, por conta do
subfinanciamento público.” (p. 63). (Grifo nosso).
4) Em relação à
atual política de drogas proibicionista
‑ “Nós, delegadas(os) presentes
no VIII Congresso Nacional da Psicologia, repudiamos
o atual gerenciamento da política de drogas no país – baseado no proibicionismo
e na internação compulsória das pessoas que fazem uso abusivo e/ou problemático
de substâncias psicoativas (SPAs) – por entender que a proibição das drogas
tem sido o argumento principal para a criminalização da pobreza e os
consequentes extermínio e encarceramento massivo da juventude pobre e negra.
Defendemos, em contrapartida, a descriminalização das SPAs e a garantia dos
direitos das pessoas que fazem uso dessas substâncias, inclusive de, quando necessário,
serem atendidas de modo efetivo na rede de atenção psicossocial.” (p. 65)
(Grifo nosso).
Nenhum comentário:
Postar um comentário