quarta-feira, 5 de julho de 2017

A Política Higienista em São Paulo



MOVIMENTO MOINHO VIVO
Na manhã de terça-feira, 27/6, a Polícia Militar de São Paulo invadiu - sem ordem judicial - a Favela do Moinho. A operação, que segundo o Comando da PM visava desbaratar supostos laboratórios de droga, saiu sem prisões, mas ceifou covardemente a vida de um dos jovens da comunidade. Extremamente violentos, os policiais invadiram sem mandado diversas moradias. Leandro, 18, conhecido como Chiclete, buscou refúgio dentro de uma casa da comunidade e foi perseguido pela Polícia. Lá dentro, foi torturado e assassinado.
A proprietária do barraco, testemunha presencial da execução, foi levada à força pela Polícia Militar, sem o acompanhamento de advogados.  Os/as moradores que protestaram contra a violência policial também foram agredidos com bombas, balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo, tanto dentro da favela, como ao fecharem a Av. Rio Branco em repúdio à morte de Leandro. Jovens foram espancados e detidos sem justificativa.
Essa caça às drogas é a mesma desculpa usada, na "Cracolândia" e na Favela do Moinho, para perseguir e exterminar o povo pobre, limpando o terreno para a venda da cidade, projeto já colocado em andamento pelo prefeito Dória e pelo governador Alckmin, que notificaram as ocupações do centro da cidade e militarizam dia a dia o centro de São Paulo. Na própria Favela do Moinho, há hoje bases militares e excursões policiais cotidianas, que ameaçam moradores e fazem terrorismo de Estado, visando desmobilizar e enfraquecer a luta por moradia que já se estende há quase trinta anos.
Hoje o prefeito já anunciou que remover a Favela do moinho será uma prioridade da sua gestão.
Por tudo isso, em alerta, a Favela se organiza para disputar o espaço com as forças policiais do Estado e mostrar que existência é resistência. Chamamos assim todas companheiras e coletivas, companheiros e coletivos a somarem na luta, através da organização de atividades e manutenção de uma vigília/jornada de lutas durante todo o mês de julho aqui no espaço do cinema do Moinho.

Movimento Moinho Vivo (Favela do Moinho)

Um comentário:

  1. Para além de todo apoio da mídia higienista, muito me preocupa o apoio de muitxs gestorxs, trabalhadorxs, professorxs, preceptorxs, tutorxs, estudantes da saúde e da educação.
    A formação para a alienação, submissão e autoextermínio feito há muito tempo em nosso país mostra o quanto tem sido eficaz.
    Seguimos na luta pelo aumento do pensamento crítico, da defesa da democracia, contra as iniquidades e a favor do acesso e exercício de direitos de todxs.

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