MOVIMENTO MOINHO VIVO
Na manhã de terça-feira, 27/6, a
Polícia Militar de São Paulo invadiu - sem ordem judicial - a Favela do Moinho.
A operação, que segundo o Comando da PM visava desbaratar supostos laboratórios
de droga, saiu sem prisões, mas ceifou covardemente a vida de um dos jovens da
comunidade. Extremamente violentos, os policiais invadiram sem mandado diversas
moradias. Leandro, 18, conhecido como Chiclete, buscou refúgio dentro de uma
casa da comunidade e foi perseguido pela Polícia. Lá dentro, foi torturado e assassinado.
A proprietária do barraco,
testemunha presencial da execução, foi levada à força pela Polícia Militar, sem
o acompanhamento de advogados. Os/as
moradores que protestaram contra a violência policial também foram agredidos
com bombas, balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo, tanto
dentro da favela, como ao fecharem a Av. Rio Branco em repúdio à morte de
Leandro. Jovens foram espancados e detidos sem justificativa.
Essa caça às drogas é a mesma
desculpa usada, na "Cracolândia" e na Favela do Moinho, para
perseguir e exterminar o povo pobre, limpando o terreno para a venda da cidade,
projeto já colocado em andamento pelo prefeito Dória e pelo governador Alckmin,
que notificaram as ocupações do centro da cidade e militarizam dia a dia o
centro de São Paulo. Na própria Favela do Moinho, há hoje bases militares e
excursões policiais cotidianas, que ameaçam moradores e fazem terrorismo de
Estado, visando desmobilizar e enfraquecer a luta por moradia que já se estende
há quase trinta anos.
Hoje o prefeito já anunciou que
remover a Favela do moinho será uma prioridade da sua gestão.
Por tudo isso, em alerta, a
Favela se organiza para disputar o espaço com as forças policiais do Estado e
mostrar que existência é resistência. Chamamos assim todas companheiras e
coletivas, companheiros e coletivos a somarem na luta, através da organização
de atividades e manutenção de uma vigília/jornada de lutas durante todo o mês
de julho aqui no espaço do cinema do Moinho.
Movimento Moinho Vivo (Favela do
Moinho)
Para além de todo apoio da mídia higienista, muito me preocupa o apoio de muitxs gestorxs, trabalhadorxs, professorxs, preceptorxs, tutorxs, estudantes da saúde e da educação.
ResponderExcluirA formação para a alienação, submissão e autoextermínio feito há muito tempo em nosso país mostra o quanto tem sido eficaz.
Seguimos na luta pelo aumento do pensamento crítico, da defesa da democracia, contra as iniquidades e a favor do acesso e exercício de direitos de todxs.