POR QUE NÃO DEVEMOS VOLTAR ÀS AULAS PRESENCIAIS OU REMOTAS
AGORA
De cada
lado da sala de aula, pelas janelas altas, o azul convida os meninos,
as nuvens desenrolam-se, lentas como, quem vai
inventando preguiçosamente uma história sem fim...
Sem fim
é a aula: e nada acontece, nada... Bocejos e moscas. (QUINTANA, 2005, p. 30)
Nas instituições de nível superior (IES), sejam públicas ou
privadas, temos sido pressionados para continuar nossas atividades
curriculares, e não cancelarmos o semestre letivo. As IES particulares exercem
pressão, tendo como instrumento de “negociação” o próprio emprego dos docentes
e, majoritariamente, decidiram não interromper as aulas e manter o chamado
“Ensino à Distância” (EaD). Neste caso, se algum professor não as ministras
remotamente ¾ mesmo alegando que tais atividades exigem experiencia
singular, com didática e materiais específicos para ser ministrada com qualidade
¾ poderá ser demitido. Nas IES
públicas, a demissão sumária sem discussão com toda a comunidade acadêmica,
pelo menos em tese, é inadmissível. Em assim sendo, desejo somar argumentos a
essa discussão sobre se mantemos ou não as atividades curriculares, nesse
momento de crise sem precedentes, onde somam-se grave pandemia e grave crise
política no Brasil.
Certamente este é o momento mais difícil de toda uma geração,
em que a defesa da saúde humana, vem imiscuída de tantos temas como:
solidariedade, pobreza, destruição do mundo, vida pós e transumana, etc. Deste
modo, nos determos em cronogramas acadêmicos em meio a uma pandemia mortal, não
me parece razoável. Deixo ainda mais claro: em isolamento social, nós
professores, alguns funcionários administrativos e estudantes, não nos isolamos
dos afetos que emergem do que está acontecendo na vida social brasileira e
mundial. Que afetos são esses?
1)
Está ocorrendo um total desrespeito a dignidade humana, especialmente de
empobrecidos que, se antes eram obrigados a se aglomerar em favelas, agora
também são obrigados a se aglomerar em filas de auxílios financeiros e
alimentares e filas de hospitais, tendo de decidirem se morrem de forme em casa
ou se morrem pelo novo coronavírus em busca de miseráveis seiscentos reais.
2) Se
antes o colapso capitalista de exclusão e assassinato de negros descendentes de
escravos era abafado, agora o vírus fez tudo isso vir à superfície de modo explícito,
sem que ninguém possa mais esconder. E vemos uma política, lamentavelmente
exitosa, de ausência absoluta de solidariedade pelos moradores de favelas,
empobrecidos propositalmente por um sistema econômico excludente, que agora,
como sempre, tem a frente, só que de modo desvelado e extremoso, um governante
que zomba daqueles que estão morrendo. Voltar as aulas como se nada disso
estivesse acontecendo, é exigir de nós, a mesma frieza, elencando temas que
possam distrair a atenção de estudantes e lhes anestesiar a sensibilidade à dor
do outro. E se por acaso, nos determos a discutir essa situação, seremos
execrados, pelos que exigem a nossa volta, porque querem exatamente isso: que a
ciência se ajoelhe aos pés da mediocridade que nega o outro como parte da nossa
vida, e nega ou outro a ter uma vida digna. O outro para poucos, mas muito bem
organizados, nada vale, se não se ajoelham ao mundo autoritário que zomba de
quem não segue sua cartilha de morte e não hesita em puxar o gatilho a quem se
opõem ao seu caminho.
3) Todos
nós profissionais de saúde sabemos que sem respiradores a morte por COVI-19
aumenta drasticamente. O vírus inunda o pulmão de líquido e não se pode
respirar sem máquina. Quanto mais, apoiarmos um certo “Brasil” que nega essa
realidade, fingindo que nada disso está acontecendo, ministrando aulas,
contribuímos para que pessoas, imaginem esse mundo de normalidade e, como
consequência, voltem às atividades cotidianas que realizam antes da pandemia,
ignorando-a. Essa normalidade que insisto em dizer, se faz na absoluto desprezo
pelo outro que julgamos não ser um igual. Voltar às aulas, é mantermos a zona
de conforto das universidades que, em um passe de mágica, não se sentem
desconfortáveis com uma pandemia mundial que simplesmente põem em risco a vida
humana, especialmente, a vida humana que muitos insistem em considerar
desprezível: a dos humanos negros, descendentes de humanos que foram escravizados, assassinados e empobrecidos.
4) No
Ceará, onde vivo e agora sobrevivo, os leitos de UTI, onde os respiradores são
item obrigatório estão com números assustadores, quase 100% ocupados. Deu pra
entender? Já começaram, pelo país afora, a ocorrer mortes que poderiam ser
evitadas se o SUS tivesse sido prioridade de todos os governos anteriores a
pandemia. Os governos da chamada esquerda, construíram o SUS, um sistema de saúde
pública com gratuidade universal, muito bem estruturado, mas que precisa de
investimentos financeiros e de profissionais com essa perspectiva de saúde
coletiva e pública. Mas, negociaram o Ministério da Saúde e, de certo modo,
favoreceram o seu desmonte a ponto de hoje termos mortes que poderiam ser
evitáveis sim. Montar novas UTIs mesmo
que em hospitais de campanha, é muito complicado para ser feito em tempo curto,
ainda mais quando o Governo Federal bolsonarista expulsou médicos e terminou a
parceria com a OPAS, alegando, insanamente, o curso de uma revolução comunista.
Àquela altura dos acontecimentos nos calamos e, agora, colhemos os frutos podres
dessa política de desmonte do SUS. Mas, querem que tenhamos tranquilidade para
voltar às aulas sem tocar nesse assunto. Querem uma ciência em redoma mentirosa,
pregando, como insanos, que a sociedade brasileira está caminhando, porque as
“instituições funcionam”. Resta discutirmos nessas aulas: funcionam para quem?
Podemos discutir isso? Ou daremos continuidade a formação de profissionais
enredomados na busca de lucros, mesmo diante do sofrimento alheio?
5)
Vivemos o pior momento para termos uma pandemia: governo neofascista e com
alguns dirigentes de universidades pressionados para que colaborem com o Governo,
mantendo a vida em cidades Potemkin (o marechal Grigori Alexandrovich Potemkin,
no século XVII, na Rússia, em região devastada por guerras, montou uma cidade
cenográfica no caminho por onde passava a Tsarina Catarina da Rússia, para
iludi-la de normalidade). As universidade não podem colaborar com a montagem de
cidades “Potemkin”, onde professores montam cenários em aulas presenciais ou
não, para que os seus dirigentes locais e nacionais, (isso inclui o Ministro da “Educação”), desfilem elogiando
uma falsa “normalidade”, armada com dinheiro público e ciência imersa em si
mesma, sem qualquer sensibilidade a vida humana que, no Brasil, hoje,
ultrapassa sete mil mortos. Em uma das maiores emoções vividas no Brasil, a
lamentável queda do avião com a equipe da Associação Chapecoense de Futebol, havia
a bordo 77 passageiros, dos quais apenas seis sobreviveram. Hoje no Brasil,
temos cerca de 90 “aviões” que caíram lotados de brasileiros afetados pelo novo
coronavírus e sequer temos o luto oficial do Governo Federal, ao contrário,
quer que voltemos à normalidade das “aulas Potemkin”.
6) O que
caracteriza esse Governo é a ignorância aliada à perversão, que unidos a
pandemia, já estão proporcionando um efeito devastador sobre todos nós, pois
além das milhares de mortes atuais que poderiam ser bem menores caso tivéssemos
adotado oficialmente o isolamento social e financiado brasileiros para que não
precisassem circular em busca de sobrevivência (nem vou agora questionar essa
forma de esmola).
7) Esse
será o item mais longo, em busca de cartografar o presente.
Potencializado
em nossa “sociedade de risco”, em nossa “modernidade tardia (BECK, 1998; SPINK,
2001; MÉLLO & FRANÇA, no prelo), há um trauma coletivo, que é
advindo de muitas situações, que vão desde as mortes que acumulam corpos de
semelhantes aos milhares, em um necessário luto coletivo, até a sensação de
perda de tempo por simplesmente termos parado a cadeia produtivista, que só
destrói, e que provocou a disseminação do vírus em um capitalismo acelerado que
não admite o “fechamento de portos” ou a suspensão das produções. Portanto, que
fique explícito que estamos vivendo um trauma coletivo. Entendo o conceito de
trauma como uma ruptura que provoca certa descontinuidade da vida, que gera
desprazer que, algumas vezes, pode ser da ordem do insuportável. Forças sociais
nos invadem com conteúdos consciente e inconscientes que são disruptivos e nos
lançam inúmeros questionamentos: quem sobrevive, como sobrevive, quem morre,
quais motivos dessa morte? Devo continuar a vida no mesmo ritmo, fazendo as
mesmas coisas, com as mesmas pessoas? Que mundo queremos pós-pandemia? Como
pode haver pessoas que desprezam o diferente, desprezam a morte alheia? etc.
Isso tem efeitos diversos que vão de podem impulsionar para mudanças e/ou podem
provocar paralisias (característica da vida humana em dualismos pulsional tão
bem descrito pelo nosso velho Freud, nos idos de 1920). Não é simples viver
tudo isso ignorando e evitando reconhecer o momento de graves perdas que
estamos vivendo.
O
aumento do silêncio das ruas e cidades, grita em nosso mundo menos afoito,
pedindo passagem a outra coisa que nem sabemos bem o que é. As mortes e nossa
reclusão (que parece infinda), se unem com certa vivência do tempo, (este ¾ inspirado em Edgar Allan Poe ¾ entendo como cadeia de
acontecimentos em trama) e dão a sensação de um mundo parado ou em retrocesso (não
sei qual a sensação pior). Porém, estamos mergulhados em cadeias de
acontecimentos que nos forçam a enfrentar a nossa finitude e o que ainda
devemos e podemos viver. Claro que isso gera angústia e o silêncio do
isolamento se faz grito em cada um nós, que busca sobreviver. Claro que
buscamos sobreviver o tempo todo na sociedade capitalista excludente, mas nem
nos damos conta. Só que agora a “conta” nós é apresentada.
As
consequências da vida em isolamento não têm sido fáceis para ninguém. Exigindo
de nós trabalho nas circunstâncias que descrevi antes. É sabido que o
isolamento aumentou a violência doméstica e o uso abusivo ou compulsivo de
algumas drogas, certamente os ansiolíticos. A vida chega ao seu limite suportável,
quando somos impedidos de circular, tendo sido formados como animais nômades.
Não podemos desprezar essa situação de tensão, zombando dela como da morte e do
luto de outrem. Sim, nós professores também estamos com dificuldades de
produzir, de preparar aulas como se nada disso estivesse acontecendo, de
preparar debates que não sejam os de refletir, detidamente, sobre a pandemia,
sobre o descalabro da resposta do Governo brasileiro a ela. E ainda tendo de
nos dedicar a escrever o óbvio, para colegas professores e estudantes que, em
fuga da “realidade”, exigem que retomemos nossas atividades “à distância” do
momento grave em que o mundo humano está passando, e o Brasil, ainda mais, pois
enfrenta pandemia e o vírus do autoritarismo e ignorância políticos. Não
podemos exigir que estudantes, esqueçam tudo que está acontecendo e se
concentrem em nossas aulas que pretendem aumentar sua alienação dos
acontecimentos presentes. Voltar as atividade curriculares é como se
disséssemos: estudantes, esqueçam as suas mortes familiares, a luta diária para
se manterem vivos, permaneçam religiosamente antenados nas nossas aulas e nos
trabalhos e provas que terão de fazer, esqueçam as notícias de morte de
parentes e amigos, esqueçam o luto, anestesiem-se com nossas aulas e trabalhos.
Fiquem paralisados em suas dores à espera do beijo redentor dos príncipes
doutores, que enveredam pelo caminho de morte desse sistema mórbido. Ouçam a
voz dos doutores que menosprezam a situação atual brasileira e suas dores, permaneçam
trabalhando, aprendendo, estudando. Até podem se divertir e fazer compras, bastando
ter uma rede virtual e digitar algumas palavras-chaves na Internet. É super
simples continuar a vida, “basta transferir a sua vida real para a virtual, um
upload e pronto, temos uma nova vida prontinha para você na segurança do seu
lar”, como afirmou, criticamente, a jornalista Camila Goytacaz em texto recente
(https://medium.com/@camilagoytacaz/luto-e-celebra%C3%A7%C3%A3o-no-isolamento-social-1a693f4e7bfe).
8)
Voltar às aulas então, seja por videoconferência ou por modo presencial, e de
forma consciente ou não, é ignorar o que está acontecendo, e fazer parte da
perversão mortal em curso. Eu, e colegas professores, não temos condições de,
em luto por atuais 5.000 mortes e milhares de outras em curso, ministrar aulas ignorando
tudo isso. Exigir que estudantes também ignorem tudo isso e se concentrem no que
vamos ministrar é ser perverso tanto quanto um governo que diz pra todos que
ignorem a pandemia e voltem a normalidade. Não queremos entrar nessa lista da
tanatopolítica.
9) Para
se ter ideia ministro uma disciplina com 50 estudantes que se aglomeram na
sala. Os estágios e atividades de Pesquisa e Extensão que coordeno são em regiões
da periferia com maior índice de morte por COVID-10. E acreditem, regiões onde
os grupos de tráfico de drogas resolveram aproveitar a pandemia para ampliar
suas guerras territoriais com mais mortes. Temos mais esse quadro violento para
assentar em nossas análises. Não vou
colocar estudantes em risco de forma nenhuma. Digo aos defensores de atividades
virtuais a qualquer custo, sequer podemos continuar atendendo as pessoas que
acompanhávamos, e isso nos angustia, porque várias delas vivem nas ruas sem
celular, e tantas outras não tem acesso regular a Internet. Sim prezadas e
prezados, não estamos falando de atendimentos higienizados em salas
confortáveis de consultórios particulares. Estamos falando de uma Psicologia,
que vai além dos muros protegidos das universidades e se imiscui nas periferias
como todos deveriam fazer em nossas universidades públicas. Sequer estamos
conseguindo manter contato, por meio de celular, com as pessoas que estávamos
acompanhando. Elas se dispersaram e quiçá estejam bem de saúde e vivas. Estão
lutando para sobreviver, em filas intermináveis em portas de bancos ou em
portas de hospitais.
Em vias de finalizar, digo-lhes que não está sendo fácil
cartografar o Olímpio da mediocridade política em sua versão caricata da
Tradição Família e Pátria (TFP). Mas foi o que tentei fazer acima, tentando
mostrar que, paradoxalmente, uma ausência de atividades curriculares, é também presença
importante da vida universitária na sociedade, instigando e dando exemplo de
cuidado de si e de outros.
Diante do exposto, com esse quadro de nossas cidades sem
enfeites natalinos, enfeites carnavalescos, ou se preparando para as festas
juninas, sem enfeites que poderiam disfarçar situações de luta contra a morte,
devemos defender o cancelamento do semestre e suspensão de todas as atividades
acadêmicas curriculares, exceto aquelas onde podemos exercer a função de
educadores que vai para além do cumprimento curricular e se faz em atuação
ética de preservar a vida. Ou seja, nada é mais urgente agora do que o cuidado
em saúde de si e de outros.
Devemos ser favoráveis a suspensão de todas as nossas
atividades acadêmicas curriculares e cancelamento do semestre, até que haja
condições de um retorno mais regular, e em situação de menor gravidade de
adoecimentos de todos os tipos. Isso é lamentável por um lado, na medida em que
amamos trabalhar na universidade pública; também, importante, por outro lado,
porque amar esse trabalho, nos impõem, agora, a suspensão das atividades
curriculares para preservar a cada um de nós, para que voltemos mais potentes.
Que nós, professores e pesquisadores, estudantes e
funcionários administrativos, em conjunto com os que exercem a difícil função
de gerir as universidades públicas (sofrendo pressão de governos insensíveis às
nossas dores), resistamos a volta da “normalidade” e, novamente possamos dar o
exemplo de que não há como defender, cientificamente, a ignorância dos que
insistem em desconhecer a gravidade do momento que vivemos. Que a lição para a
sociedade em geral seja a de que as universidades públicas, mesmo em “isolamento”,
nos mantemos mobilizados e sensíveis as dores do mundo. Ainda que sendo
atacados intensamente e com orçamentos reduzidos, 95% da produção científica do
Brasil nas bases internacionais deve-se a nossa dedicação e capacidade de
pesquisa nas universidades públicas. Por isso, mais do que nunca, defendemos a universidade
pública gratuita e crítica e o fortalecimento do SUS. À sociedade brasileira
importa mais essa defesa que cumprimentos curriculares formais, sem o
compromisso urgente de defender a vida. A maior lição que temos agora é a de
entender que todas as saídas para a fluidez da vida humana, são coletivas.
Lembro que, sem exceção, todos os eventos científicos
importantes da Psicologia, (como o Encontro de Pesquisadores da Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia - ANPEPP) e encontros de saberes
afins (Saúde Coletiva, Saúde Mental, por exemplo), foram adiados por tempo
indeterminado. Isso demonstra a capacidade de profissionais pesquisadores
acadêmicos, em compreender que não estamos vivendo um momento simples, a ponto
de exigir que, de uma hora pra outra, nos reuníssemos, presencialmente ou
virtualmente, insensíveis ao que nossos agrupamentos sociais, no mundo todo,
vivem.
Voltar às atividades curriculares, com o mundo impedido de
entrar em nossas aulas tediosas e sem fim, é dar aulas às moscas. É momento de
cuidarmos, para que, em período seguinte, sem pandemia, todos voltemos ainda
mais dedicados, com saúde, para as atividades curriculares, deixando as portas
e janelas universitárias abertas, para que o mundo entre e continuemos a
recriá-lo.
Fortaleza (CE), 04 de maio de 2010.
Prof. Dr. Ricardo Pimentel Méllo
(Professor Titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal
do Ceará)
Referências:
FREUD,
Sigmund. Más allá del principio de placer [1920]. Tradução de José L.
Etcheverry. In: FREUD, Sigmund. Obras completas. Vol. XVIII. Buenos
Aires: Amorrortu editores, 2006.
POE,
Edgar Allan. O gato preto. In: Histórias Extraordinárias. Trad. Brenno
Silveira. São Paulo: Abril, 2003. p. 35-49.
QUINTANA,
Mario. Lili inventa o mundo. Rio de Janeiro: Global, 2005.
MÉLLO, Ricardo Pimentel; França, Luara da Costa. Sociedade de risco e
securitarização da vida: o “adolescente perigoso” e a produção do “tipo
suspeito”. In: Rosa, Pablo Ornelas; Moraes, Pedro Rodolfo Bodê de; Souza,
Aknaton Toczek; Moraes, Maristela de Melo. Drogas e Sistema de Justiça
Criminal (no prelo).
SPINK, Mary Jane Paris. Trópicos do discurso
sobre risco: risco-aventura como metáfora na modernidade tardia. Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 6, Dec. 2001. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/csp/v17n6/6944.pdf. Acesso em 8 de março de 2002.
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