A INEFICÁCIA DAS INTERNAÇÕES
COMPULSÓRIAS
Pesquisa científica recente (Werb et. al, 2015) publicada no
“International Journal of Drug Policy”, realizou revisão sistemática de estudos
que avaliavam os resultados obtidos com tratamentos obrigatórios (internações
compulsórias). A pesquisa fez uma ampla revisão da literatura existente em
importantes bancos de dados: PubMed, PAIS International, Proquest, PsycINFO,
Web of Science, Soc Abstracts, JSTOR, EBSCO / Search Academic Complete,
RedALyC, SciELO Brasil. Também na Internet e listas de referências de
artigos.
Os estudos avaliavam as opções de tratamento obrigatórias,
incluindo desde a internação curta (21 dias) até a de longo prazo (6 meses),
seja em ambiente hospitalar, em comunidades terapêuticas, em ambulatórios, até tratamentos
levados a efeito em prisões.
O estudo chegou a duas importantes conclusões:
1) Apesar implementação generalizada de modalidades
de tratamentos obrigatórios para o uso abusivo de drogas, “não há nenhuma
avaliação sistemática das evidências científicas sobre a eficácia” desse tipo
de tratamento” (p. 03). Ou seja, continuamos a ver mundo afora “tratamentos” sendo
feitos sem nenhuma base em estudos científicos, geralmente, alicerçados em perspectivas
moralistas e religiosas.
2) A literatura científica é limitada quando se
trata de avaliar tratamentos obrigatórios mas as “evidências”, no seu conjunto,
sugerem que os resultados relacionados com abordagens de tratamento
obrigatórias causam danos potenciais, especialmente pelas consequências do
tratamento:“[...] dado o potencial abuso de direitos humanos dentro de
ambientes de tratamento compulsório, as modalidades de tratamento não
obrigatórios devem ser priorizadas pelos formuladores de políticas que procuram
reduzir os efeitos nocivos da droga”. (p. 07).
Desta forma seguimos no NUCED apoiando a rede SUS e tratamentos
que não se baseiem em internações compulsórias. Defendemos internações breves
com a finalidade exclusiva de realizar desintoxicações graves, mas que o tratamento,
quando necessário siga em terapêuticas sem internações desnecessárias, seguindo
a chamada “luta antimanicomial”.
O texto da pesquisa na íntegra se encontra em:
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