quarta-feira, 22 de novembro de 2017

P R E C I S A M O S    R E S I S T I R    N A S    R U A S

Vimos nos aliar a todos e todas que se unem a escalada de golpes que o Governo Fora Temer e seus asseclas vem proporcionado ao povo brasileiro. Estes senhores, majoritariamente, homens brancos, de classes abastadas, que usam falsamente religiões para pregar o ódio e colocar nós brasileiros uns contra outros.

Certamente são extremistas que estão entre os que, como afirma Boaventura de Souza Santos, pregam o individualismo e, por consequência as hierarquias sociais, onde enfatizam diferenças a tal ponto que não se permite redes de solidariedade e respeito. Por isso usam as diferenças de raça e as diferenças de sexo, para pregar o desentendimento e o desrespeito a direitos. Negros, LGBTI, organizações familiares amplas e não tradicionais, empobrecidos, e todas as outras pessoas que discordam deles e pregam a solidariedade, um mundo sem armas, respeito a natureza, convivência pacífica de todos os credos são por eles discriminados e atacados inclusive com o uso da violência.

É esse governo que estamos enfrentando e que está usando as prerrogativas de estar fazendo leis, e vivem repetindo que as instituições democráticas e a justiça estão funcionando. Mas usam de golpes legislativos contínuos para impedir que entre nós brasileiros avancemos na convivência solidariedade, em redes de distribuição de saúde e educação qualificadas e de acesso livre a todos sem discriminação.

A maioria dos brasileiros e brasileiras não concordam com o governo Fora Temer e seus asseclas, porque em busca de um outro mundo onde, como também afirma Boaventura, a vida social avance com regras que diminuam ao máximo as desigualdades entre nós.
São essas forças que estão em confronto: uma minoria que tomou governo sem ser eleita e está desarrumando o país todo com apoio do legislativo e judiciário.

Cabe a nós, que buscamos acabar com o ódio que advém da pregação do individualismo, da pregação dos privilégios de poucos em detrimento da maioria, entendermos que resistir não é servir de muro para receber balas sejam na forma de leis, sejam na forma de projéteis.

Eis que, após a aprovação da contenção dos investimentos em saúde, educação e moradias, (que a tal minoria chama de “gastos”), fizeram a reforma do escravagismo contemporâneo (que chamaram, disfarçadamente, de “reforma trabalhista”) e agora pretendem dar continuidade ao projeto de ódio, impedindo que a maioria que realmente trabalha demore muito para se aposentar (chamam isso de reforma da previdência).

Mas as maldades dessa minoria não têm limites, pois sem nenhuma discussão, estes homens querem que as mulheres estupradas sigam com o desenvolvimento de uma gravidez. Certamente, não entendem nada do que seja um sofrimento advindo da violência de um estupro. Certamente, suas filhas, esposa, amantes, podem usufruir do direito de não engravidar porque têm dinheiro suficiente para isso. 

Mais maldades. A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou o Projeto de Lei 7605/16, do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que cria o Estatuto da Prevenção ao Uso e Abuso de Drogas. Um nome bonito novamente para esconder mais atitudes de ódio e de completa incompetência. O desgoverno Fora Temer não sabe o que fazer com relação ao uso de substâncias e responde ao tráfico matando quem consome. Quer dizer, matando quem consome e é empobrecido, porque nunca vemos nenhuma casa de gente enriquecida ser invadida com pés na porta e tanques de guerra nas ruas. “Ocupam” somente os lugares onde moram os negros e empobrecidos, querendo enganar, com apoio da mídia, a quem? Querem que acreditemos que só nas favelas se usa drogas ilícitas? É risível. E vão na contramão de políticas competentes já adotadas em países que, inclusive, vão passar as férias, como os EUA que, por exemplo, vem sistematicamente liberando o uso da maconha. E no campo da saúde, pregam a adoção da internação compulsória que em nenhum lugar do mundo deu certo e vem sendo sistematicamente trocada por ações de Redução de Danos.

Mais maldades? Sim, agora, pasmem, querem adotar a “Adoção Compulsória”. Vão realizar Audiência Pública, dia 30/11 em Brasília, para tratar da retirada e abrigamento compulsório de bebês de suas mães por estarem em situação de rua ou que tenham feito uso de drogas. Vejam como é fácil resolver esse problema. Como o desgoverno Fora Temer e seus asseclas também não sabe o que fazer, simplesmente ignoram o que leva milhares de pessoas irem morar nas ruas e/ou fazerem uso compulsivo de drogas e simplesmente propõem tirá-las das ruas com prisões compulsórias, apelidadas de internação, e mais, retirando compulsoriamente filhos da convivência com suas mães. Que belo exemplo de política de saúde e assistência, não?

Profissionais de saúde, pesquisadores, profissionais da rede de assistência, são absolutamente ignorados. Aliás, se dependessem dos políticos eles não precisariam existir porque legislam sobre saúde e assistência como se entendessem de tudo.

Agora tendo bem a noção do que está acontecendo, como maioria que luta por um mundo mais justo e solidários, chega de termos complacência com quem só propõem o ódio ao diferente. Chega de complacência com quem só propõem o fechamento de escolas, serviços de saúde, farmácias populares, espaços de lazer, para quem eles querem que sejam apenas trabalhadores escravos.

Não é possível que as universidades como centros importantes de pesquisa e difusão de saberes assistam essa minoria de apoiadores do ódio esfacelarem a sociedade brasileira para manterem seus privilégios.

Assim, nós do Núcleo de Estudos sobre Drogas, estaremos onde for preciso, para com as armas que temos, (nossos estudos e pesquisas), combatermos, sem complacência, aqueles que só pregam o ódio em lugar da solidariedade e da justiça. 

Resistimos, não como muros, mas como sempre fizemos: unidos a população em todos os espaços de debates, ruas, espaços de trabalho, combatendo esse ódio difundido por quem não quer saber de justiça.

NUCED

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