A IMPORTÂNCIA DE TESTAR DROGAS EM FESTAS
(Foto obtida no site
TalkingDrugs “é
um espaço virtual aberto à discussão, troca de informações e colaboração entre
cidadãos, organizações e governos de todas as partes do mundo em busca de um
melhor entendimento sobre a produção, distribuição e o uso de drogas atualmente
ilegais, assim como maneiras de evitar que as mesmas causem danos excessivos
aos indivíduos e à sociedade”. Pode ser lido em várias línguas, inclusive em português
(Portugal).
Na linha de Redução de Danos (RD), TalkingDrugs postou em 15 de dezembro de 2014, uma importante
discussão sobre política de saúde que foi desencadeada na Austrália e que
preconiza “à necessidade de haver um acesso mais abrangente a serviços de
testes às drogas em festivais e recintos noturnos de forma a reduzir os danos
associados com o consumo de drogas”.
Esse assunto voltou a ocupar espaço naquele país em função da
constatação do aumento da pureza da droga MDMA (metilenodioximetanfetamina), conhecida
como “ecstasy” e também pela morte de
uma jovem por overdose dessa droga.
Na postagem do TalkingDrugs há destaque para a posição da professora
Alison Ritter, especialista em políticas sobre drogas na Austrália, que elenca razões pelas quais este país deveria implementar a estratégia de Redução de Danos,
realizando testagens de comprimidos e outras drogas usadas em festas, para que as
pessoas saibam o que estão usando.
Um dos argumentos da professora que destacamos, se refere ao efeito da adoção desta política de RD no mercado ilegal: “substâncias perigosas” deixam de ser vendidas quando os consumidores são alertados de seu potencial de risco, ou seja, mesmo o comércio ilegal começa a ter mais cuidado com o que agregam às drogas que vendem e quanto a dosagem da droga vendida. Outro aspecto importante da testagem se refere ao conhecimento das autoridades de saúde das substâncias que estão circulando nas comunidades de usuários de drogas recreativas.
Um dos argumentos da professora que destacamos, se refere ao efeito da adoção desta política de RD no mercado ilegal: “substâncias perigosas” deixam de ser vendidas quando os consumidores são alertados de seu potencial de risco, ou seja, mesmo o comércio ilegal começa a ter mais cuidado com o que agregam às drogas que vendem e quanto a dosagem da droga vendida. Outro aspecto importante da testagem se refere ao conhecimento das autoridades de saúde das substâncias que estão circulando nas comunidades de usuários de drogas recreativas.
“O teste de drogas não é uma ideia particularmente nova,
tendo sido aplicada em várias iniciativas locais na Espanha, Portugal, Áustria,
Holanda, Suíça e Bélgica. Adicionalmente, existem formas similares de testar
drogas nos EUA, Canadá e Colômbia. No entanto, a prática não está de todo
disseminada, apesar dos benefícios óbvios da minimização de danos” (TalkingDrugs).
Claro que, como é veiculado no texto da TalkingDrugs, a iniciativa proposta pela professora Ritter “não é de modo algum uma panaceia”. Bem sabemos
que haverá pessoas que utilizarão drogas sem procurar informações ou
acompanhamento, atitude dificultada pelo manto de ilegalidade do uso e das
políticas com ênfase repressiva. No entanto, nós do NUCED, temos acompanhado
estudos e pesquisas que corroboram as conclusões da TalkingDrugs: “providenciando informação sobre os níveis de pureza,
composição das substância e recomendação das doses [...] pode ajudar as pessoas
a mitigar significativamente os danos associados com o consumo, o que é
totalmente benéfico. O uso recreativo de drogas faz parte da realidade dos
festivais e discotecas, e tal não vai mudar em tempos que se avizinhem” (TalkingDrugs).
Infelizmente não tem sido prioridade em nosso país as políticas
de Redução de Danos. Mas, há organizações que têm atuado com serviços voluntários
de orientação sobre os perigos relacionados ao consumo de drogas com distribuição
de folhetos informativos e insumos. Mais raramente há testagem das drogas. Além
disso, esse serviço inclui apoio durante alguma experiência ruim (bad trip), feita sob a supervisão de psicólogos,
psiquiatras, técnicos de saúde mental e médicos. Ou seja, o foco não é a ilegalidade
do uso, mas em estar perto para cuidar da saúde de quem usa.
Destacamos os trabalhos dos “Consultórios na Rua” que ainda sobrevivem
ao desmantelamento da rede pública de saúde e, de forma mais específica, há o
trabalho de organizações como:
- “É de Lei” na cidade de São Paulo.
-“Movimento Balanceará” em Fortaleza.
- “É de Lei” na cidade de São Paulo.
-“Movimento Balanceará” em Fortaleza.
Informe-se sobre “Redução de Danos”
Leia mais informações sobre o debate na Austrália em TallkingDrugs
(Abaixo você pode encontrar outro texto que o NUCED postou, comentando matéria
publicada no jornal “Le Monde” sobre o aumento da produção e uso de drogas sintéticas).
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